sexta-feira, 4 de março de 2016

Os Filhos de Húrin – J. R. R. Tolkien (2007)



Obra organizada por Christopher Tolkien


Livro escolhido para a leitura do blog: Editora WMF Martins Fontes, 338 páginas


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Muita gente conhece a história de algumas obras de Tolkien, como “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. O conteúdo dessas obras citadas são consideradas histórias que se passam na Terceira Era da Terra Média, um mundo extraordinário criado pelo autor, enquanto a de “Os Filhos de Húrin” se passa na Primeira Era da Terra Média, que é a mais próxima da época da saga do casal lendário Beren e Lúthien (filha do Rei Elfo Thingol de Doriath), milhares de anos antes de ocorrerem as aventuras de Bilbo Bolseiro. As canções cantadas por Aragorn em “O Senhor dos Anéis - A sociedade do anel” são sobre Beren e Lúthien.
Em “Os Filhos de Húrin”, é contada a história da maldição que assombra a família de Húrin, Senhor da Casa de Hador, rogada por Morgoth, mestre de Sauron. A praga foi que todos os descendentes da Casa de Hador causariam o tormento e a morte de todos aqueles a quem amam, gerando sofrimento para a família e seus próximos.
A Terra Média está em guerra contra o poder maligno de Morgoth, que tinha decidido dominar todas as terras infestando-as de orcs e poderes sombrios, espalhando e fazendo crescer sentimentos negativos poderosos.
Após perder o pai, o garoto Túrin, filho de Húrin, é levado de sua terra natal Dor-lómin para o reino de Thingol para tornar-se um guerreiro em segurança. Anos depois, ao tornar-se um homem de valor, Túrin sai em busca de lutas contra os poderes de Morgoth e o destino que a ele foi lançado, sendo, muitas vezes, acompanhado de seus amigos Ándrog, um bandido, e Beleg Arco-Forte, um elfo guerreiro.
Túrin, para esconder-se da maldição, acaba possuindo muitos nomes e muitas aventuras em variados lugares, como as florestas de Brethil e as terras de Nargothrond. Apesar de sempre estar fugindo da identificação de seu nome verdadeiro, luta bravamente, sendo um guerreiro conhecido por toda a Terra Média como o Elmo-do-Dragão e, depois, como o Espada Negra. A busca pela sua mãe Morwen, parente de Beren, e sua irmã mais nova torna-se ainda mais difícil após se encontrar com Glaurung, um dragão e servo poderoso de Morgoth, capaz de confundir os inimigos para manipulá-los.
É o livro mais sombrio de Tolkien, que nos faz perguntar até que ponto vai a força poderosa e maligna de Morgoth.
É uma ótima obra, bem escrita e cheia de detalhes. É muito interessante saber algumas das histórias da Primeira Era da Terra Média, além de ser através das canções de alguns personagens do “O Senhor dos Anéis”. Para explicar a diferença das versões de uma mesma história contada em “Os filhos de Húrin” e na obra “Silmarillion”, o livro possui muitas curiosidades sobre as obras e a vida de Tolkien, além de algumas observações e explicações de Christopher Tolkien, filho do autor, sobre a organização da obra e a vida do pai. O mundo e as histórias criadas pelo autor são tão fascinantes que dá vontade de sempre saber mais, pois a forma em que é contada e descrita faz parecer que o próprio criador saiu da Terra Média para nos contar as extraordinárias histórias. J. R. R. Tolkien e Christhoper Tolkien são fantásticos!
Nota: 4,5/5

Curiosidades: Esta obra, anteriormente, era feita através de poemas. Só depois é que foram convertidos em textos, como podemos ler neste livro. São tantas histórias sobre a Terra Média, que, às vezes, Tolkien escrevia e depois desistia pra fazer as outras, voltava de novo para o que tinha começado e depois desistia de novo, e voltava tempos depois, e assim vai. Essas idas e voltas para escrever “Os Filhos de Húrin” gerou algumas perdas e/ou mistura de partes da história, fazendo com que levasse muitos anos a organização da obra, e, assim, sendo lançada somente em 2007, 34 anos após a morte de J. R. R. Tolkien.


Luiza Côrtes

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