sábado, 12 de março de 2016

Vidas Secas – Graciliano Ramos (1938)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Record, 176 páginas



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Clássico da literatura brasileira que teve origem à partir de um famoso conto do autor, Baleia, que é um dos capítulos do livro.
Graciliano Ramos vai relatar a saga de uma família nordestina que luta contra a seca para sobreviver. Essa família é composta por Fabiano, Sinhá Vitória, pelos dois filhos dos quais não sabemos o nome, e pela cachorra Baleia.
A história começa com a família na estrada, debaixo de um sol escaldante, à procura de um lugar para viver. Depois de muito andarem, eles encontram uma fazenda onde Fabiano consegue trabalho como vaqueiro. Enquanto estão vivendo na fazenda, depois que passa o período da seca, a narrativa apresenta os desejos mais íntimos de Fabiano e sua família, inclusive da cachorra Baleia, no capítulo dedicado a ela. Nessa fazenda eles viverão até o próximo período de seca que, por ser um período cíclico, logo volta e a família se vê novamente na estrada fugindo.
Fabiano é um personagem sem aspirações e esperanças de vida. Ele tem dificuldades de se expressar, é bruto, e, muitas vezes, se compara a um animal, e o que contribui para que ele se sinta assim é exatamente o sertão nordestino.
Sinhá Vitória também não tem muitas esperanças, mas luta pela família, é mais esperta do que Fabiano e sonha em ter uma cama de tiras de couro.
O filho mais novo sonha em ser como o pai e ainda apresenta muitos aspectos de uma criança.
O filho mais velho tem curiosidade em saber novas palavras e é quem mais aprecia a companhia de Baleia.
Baleia se sente membro da família, quase uma humana.
O livro tem uma narrativa seca como a sua ambientação. Tem como temas principais a injustiça social, desigualdade, fome, miséria e seca.
É uma leitura que não podemos deixar de fazer. Retrata uma realidade brasileira distante para muitas pessoas. Foi agoniante acompanhar o sofrimento da família e a miséria em que vivem. O vocabulário nordestino me fez recorrer muitas vezes ao dicionário. Achei muito triste a falta de perspectiva dos personagens. Adorei a forma como Graciliano escreve, foi a primeira obra que li do autor. Nota 4/5

Laís Bechara

2 comentários:

  1. Realmente muito boa leitura.Tenho quase todos os livros de Graciliano.Alêm desse me tocaram mto as leituras de Angustia e Memórias do Cárcere.Vale a pena colocarem no Blog.Abraços.

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    1. Boas dicas! Essa com certeza só foi a primeira obra dele, ainda tem mais para serem descobertas

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