segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A Filha Perdida - Elena Ferrante (2006)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Intrínseca, 174 páginas.
Edição de 2016




Leda é uma mãe italiana de duas filhas já na casa dos 20 anos, e ela quer muito um tempo só para si após muito tempo cuidando das meninas. Depois que as filhas se mudam para o Canadá para morar com o pai, Leda aproveita a oportunidade para viajar sozinha a uma praia da Itália para ter um pouco de sossego e trabalhar em suas futuras publicações, ter mais foco na carreira como professora universitária de literatura inglesa e em si mesma.
Logo em seu primeiro dia na praia, Leda se sente atraída por uma família grande e passa a observá-la para se distrair, e quem mais chama sua atenção é uma jovem mãe e sua filhinha de 2 anos. A cada dia que passa, ela descobre mais coisas sobre aquela família e tudo isso faz com que ela nos narre as suas lembranças e pensamentos da infância e juventude e, sobretudo, sua experiência em relação à maternidade. Nos é contados pensamentos que não podem ser ditos em voz alta, principalmente em relação às suas próprias filhas e sobre si mesma, nos mostrando que, na realidade, ser mãe ou ser filha não são coisas nem um pouco fáceis.
A nuance das narrativas, sem ocultar os mais profundos pensamentos de Leda, nos faz pensar em muita coisa, começamos a ver com outros olhos ou então pensamos com mais clareza sobre os relacionamentos entre mãe/filhos. Fica, na minha opinião, ainda mais difícil de julgar as atitudes de Leda pois há muitas coisas que lemos no livro que nos faz pensar “Nossa, por que nunca pensei nisso antes?”, “Nossa, é verdade!”, “Não sabia que era assim.”, “Que situação difícil.” e por aí vai. Como sou somente filha, me deu vontade de conversar com meus pais sobre isso e enchê-los de perguntas. Não sei como seria para uma mãe ler isso, mas imagino que muitas das mães já com muitas experiências acumuladas com o passar do tempo provavelmente pensam muitas coisas parecidas.
No livro não só mostra as dificuldades dos relacionamentos, mas também as coisas felizes e simples, como o grande amor que as mães sentem pelas filhas e por si mesmas. Egoísmo, angústias, remorso, ansiedades, dores, raiva fazem contraste com os sentimentos de alegria, segurança, amor, proteção, felicidade, zelo e cuidado.
Apesar do final ter me decepcionado e a história em si ser pouco aprofundada, a obra nos abre bastante a cabeça, nos apresenta ideias e perspectivas novas, e acredito que seja esse o objetivo da autora. Foi uma leitura rápida, fácil e interessante. Adorei ter lido um livro com um assunto novo e que é polêmico até nos dias de hoje.
Elena Ferrante é um pseudônimo de alguma autora/autor desconhecido pelo público, atiçando ainda mais curiosidade aos leitores.
Nota: 4/5

Luiza Côrtes

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