quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Senhor das Moscas - William Golding (1954)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Alfaguara, 224 páginas.
Edição de 2013


                         




Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai (pode ter sido um pouso forçado, não fica muito claro) em uma ilha no meio do Pacífico. Nesse avião estavam crianças que provavelmente estavam sendo evacuadas da Inglaterra por causa da guerra. Todos os adultos que estavam no voo morreram, as crianças ficam sozinhas na ilha, nenhum adulto para cuidar delas.
Após a queda, Ralph encontra Porquinho e, juntos, eles vão para a beira do mar, onde encontram uma concha que, quando soprada, faz bastante barulho. Os dois se aproveitam disso para ver se tem outros meninos na ilha e chamá-los para se reunirem. Uma vez reunidos, os meninos começaram a escolher um líder, a criar algumas regras e a pensar em uma maneira de serem resgatados.
Ralph é escolhido pelo grupo para ser o líder; ele nomeia um garoto chamado Jack para ser o líder dos caçadores e propõe deixarem uma fogueira sempre acesa para que a fumaça chame atenção de navios que possam passar ali perto.
No início, as crianças aproveitam a vida sem a supervisão de um adulto. Porém, com a obsessão de Jack pela caça e Ralph tendo em mente como principal missão manter a fogueira acesa para a possibilidade de um resgate, os dois garotos começam a se desentender e Jack acaba colocando em dúvida a liderança de Ralph.
Por um tempo, as crianças até tentam viver de acordo com as regras estabelecidas, agir pacificamente e procurar manter a harmonia do grupo, mas com o passar do tempo, eles acabam saindo de um estado civilizado para a selvageria. As crianças se habituam com a vida na ilha (sem higiene, sem adultos para manter a ordem, sem roupas apropriadas, alimentando-se através de frutas e da caça); a situação deles passa a ser normal, a civilização está distante.
      Poder e medo são sentimentos fortemente marcados na história, fazendo o leitor perceber a transformação de muitos personagens quando a dura realidade põe à prova o caráter dos meninos. Essa mudança nos traz a seguinte reflexão: o meio que muda o homem ou é o homem que muda o meio? Os dilemas morais e filosóficos desta obra são bastante perceptíveis.  

O título Senhor das Moscas é uma referência a Belzebu e, para o cristianismo moderno, esse é um dos nomes do diabo. Mas para saber ao que ele faz referência na história, você precisará ler.

A experiência do autor na Segunda Guerra Mundial teve bastante influência na forma dele ver a humanidade e a maldade de que ela era capaz, o que foi fundamental para o livro Senhor das Moscas.

Laís: Confesso que o livro não correspondeu à minha expectativa. Já no início tive dificuldades em imaginar a ilha de acordo com a descrição do autor, então deixei pra lá e imaginei do meu jeito mesmo. Também estava me perdendo nos diálogos, pois tem vezes que você não sabe qual personagem está falando, isso me incomodou, mas não prejudicou a leitura. Outro ponto negativo foi a falta de crianças garotas, pois só tinha meninos.
O que fez a história me ganhar foi o tema tratado, a selvageria que destruiu todo aspecto civil das crianças que estavam em uma ilha e, antes de esperar qualquer resgate, precisavam sobreviver. Nos últimos capítulos eu estava assustada, incrédula com as coisas que estavam acontecendo. Mas, ao mesmo tempo que me dava vontade de largar o livro de tão perturbador que ele é, essas foram as partes que mais me prenderam a atenção e me fizeram pensar e tentar julgar menos as crianças.
O livro tem o seu valor. Acho que vale muito a pena ler, apesar de ter alguns defeitinhos na minha opinião.
Nota 3,5/5

Luiza: Inicialmente, a leitura estava arrastada e eu não estava gostando muito da história e nem dos personagens… até que as coisas começaram a se agitar e assim ficaram interessantes. Nesse ponto, os meninos já estavam começando a perder a inocência e estavam se transformando em selvagens, criando caos. Eu não sabia o que esperar do livro, sabia que era chocante e aterrorizante e só. Devo confirmar que realmente é isso mesmo e muito mais. É um livro cheio de simbolismos interessantes, e achei estranho e ruim desde o início do livro que na história não havia meninas, queria saber o que aconteceria se elas estivessem lá também. Custei para gostar de algum personagem, e já na metade só gostava de Porquinho, Simon e dos gêmeos Sam e Eric, pois os outros davam uma raiva, achava imbecis. Dava nervoso ver a maldade pura aparecer e ver muitos outros meninos concordarem com o comportamento horrível daqueles que são “maus”.
Um dos livros mais agonizantes que já li, pois a história mostrava o lado ruim da essência humana se aflorando com uma velocidade tão surpreendente e realista que foi ótimo e ao mesmo tempo horrível de ler. Essas últimas foram sensações um pouco estranhas, o que me fez entender o motivo desta obra ter ganhado o Prêmio Nobel de Literatura. Foi impressionante e me provocou muitas reflexões.
Nota: 4/5

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