domingo, 8 de maio de 2016

Pergunte ao Pó - John Fante (1939)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora José Olympio, 208 páginas


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Los Angeles, anos 30.


Essa é a história de Arturo Bandini, um jovem aspirante a escritor, por volta dos 20 anos, que se muda para Londres para se inspirar e escrever novas histórias. A única coisa publicada por ele é um conto chamado “O Cachorrinho Riu” do qual ele tem muito orgulho, mesmo que muitas pessoas não o conheça. Arturo às vezes se acha um escritor ruim e, outras vezes, ele se considera o melhor.
O problema de Arturo para escrever é a sua ignorância da vida e a falta de uma experiência amorosa. “Não admira que não consiga escrever! Não admira que não houvesse uma mulher em O cachorrinho riu. Não admira que não fosse uma história de amor [...]”
Um dia, em um bar, ele conhece Camilla Lopez, mexicana e garçonete do lugar. Arturo se apaixona completamente, mas esse relacionamento é de amor e ódio, pois ao mesmo tempo que ele tenta agradá-la, ele também a irrita e mal trata. Isso acontece vindo da parte dela também. Para saber se esse romance vai dar certo, só lendo o livro. No bar, além de Camilla, trabalhava Sammy, personagem essencial para o desfecho do livro e para a relação de Arturo com a garçonete.
O nosso protagonista, apesar de muitas vezes arrogante quando as coisas não saem como ele gostaria, tem um coração bom. Sempre se arrepende das coisas que não deveria ter feito.


Esse é um livro muito interessante, que despertou sentimentos em mim como raiva, pena, compaixão… Arturo é um jovem apaixonado por Camilla e pela literatura e, como todos nós, tem seus defeitos e qualidades. Ele vive as coisas com tanta intensidade que é um personagem que provavelmente irei sempre me lembrar. Também adorei a narrativa, bem poética. Nota4/5


“Tomei o livro emprestado, levei-o ao meu quarto, subi à minha cama e o li, e sabia, muito antes de terminar, que aqui estava um homem que havia desenvolvido uma maneira peculiar de escrever. O livro era Pergunte ao pó e o autor era John Fante. Ele se tornaria uma influência no meu modo de escrever para a vida toda.” (Charles Bukowski - Prólogo)

Laís Bechara

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