segunda-feira, 16 de maio de 2016

Mary Poppins - Pamela Lyndon Travers (1934)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Cosac & Naify, 192 páginas




Um dia, uma mulher é trazida magicamente pelo Vento Leste até a porta da casa número Dezessete da Rua Cherry Tree Lane para se apresentar como a nova babá de Jane, Michael, John e Barbara, filhos do sr. e sra. Banks.


“E então a silhueta inclinada se lançou sob a ventania, abrindo a cancela do portão e eles puderam perceber que era uma mulher, que segurava um chapéu com uma das mãos, e com a outra carregava uma mala. Enquanto olhavam, Jane e Michael viram algo curioso acontecer. No instante em que a silhueta passava pelo portão, o vento pareceu levantá-la no ar, atirando-a perto da casa.” (Capítulo 1)


Muitos conhecem a história da babá mágica Mary Poppins, porém, neste livro, a moça não é alegre, simpática e cativante como vemos nos filmes. Ela é vaidosa, séria, autoritária, metida e um tanto narcisista, mas faz com que as crianças tenham momentos mágicos que os adultos não podem proporcionar a elas, mostrando-lhes o grande valor do mundo da fantasia, das lembranças da infância e da magia ser completamente pé-no-chão.
Mary Poppins não deixou de viver a magia que as crianças perdem quando crescem e é essa magia que ela vai trazer inclusive para os leitores. Muitos episódios nada realistas irão ser vividos pelas quatro crianças e Mary Poppins; aventuras que esquecemos e deixamos de lado depois que crescemos e assumimos a vida adulta.
A maioria desses momentos mágicos vividos pela babá e as crianças são encontros com animais que pensam e falam como os humanos, e todos interagem bem entre si. Mary Poppins, por ser uma mulher mágica, possui também o dom de entendê-los, permitindo-lhe mostrar às crianças e aos leitores um mundo muito mais amplo de sentimentos, pensamentos e experiências do que estão acostumados.
O contraste que percebemos na personalidade de Mary Poppins, o lado adulto e o lado criança cheio de momentos fantásticos, é o alicerce para a formação das quatro crianças da história.
Podemos perceber que a obra nos mostra o que acontece com a passagem da infância para a vida adulta, quando as crianças começam a esquecer a simplicidade e a magia que as cercam ao adotarem a postura das grandes responsabilidades que a vida adulta traz, se tornando rigorosas e autoritárias.
Este é só o primeiro livro das aventuras de Mary Poppins, a autora escreveu outros, porém não fizeram tanto sucesso como este.


Laís: Eu achei que a história seria completamente diferente. Imaginava que Mary Poppins era aquela babá fofinha que todos amam. De qualquer forma isso não estragou o livro. Eu adorei as passagens não realistas do livro, cheguei a rir com a personagem da vaca, muito engraçada. Mary Poppins proporciona momentos extraordinários ao leitor. Apesar da seriedade dela e do fato de adorar ficar se admirando no espelho, ela é uma pessoa boa, de bom coração. Foi uma leitura muito agradável. É aquele livro infantil que você lê em um piscar de olhos, nem percebe que já está no final. Recomendo a leitura, porém não tenho muita vontade de ler outras histórias dela. Adorei as crianças, são muito fofas, espertas e simpáticas. Apesar da personalidade estranha de Mary Poppins, tenho certeza que elas nunca a esquecerão e, com certeza, terão o coração aberto para as novas experiências que viverão. Essa babá, séria e brava, não deixou de ser especial. A premissa do livro me lembrou um pouquinho O Pequeno Príncipe. Nota 4/5


Luiza: Desde o início da leitura, me impressionou a diferença enorme entre a Mary Poppins dos filmes e a do livro. Fiquei chocada. A obra me proporcionou uma leitura fácil e gostosa, que me deu muita imaginação! Porém, devo admitir que por um certo tempo, não estava gostando do livro, e não sei exatamente o motivo. Talvez por causa da personalidade arrogante de Mary Poppins, personagem que continuo achando bastante chata, ou pelo livro ter muitas histórias fechadas, mas que a principal é aberta demais, sem evolução real dos personagens. Não sei. Somente depois da metade percebi que estava me divertindo com o livro, que os animais são os melhores personagens da obra, e são eles que me fizeram imaginar ainda mais o mundo na visão deles. Foi muito bom ver que a criatividade, a imaginação e a magia são tão importantes para a vida toda, que pode ser bem equilibrada com a vida adulta. Gostei muito de ter conhecido a obra! Nota: 3,5/5

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